Dando formas à imaginação: o dentista escultor

Publicado em 17/08/2017 as 10h50

 

O fernando-presetense José Roberto Almeida, 66 anos, graduou-se em Odontologia na década de 1970. Logo foi morar em São Bernardo do Campo trabalhar em seu gabinete no entra e sai de pessoas, em busca de um alivio para os males da boca. Foi lá mesmo, naquela cidade do ABC paulista que Almeida procurou na escultura uma forma de passatempo, hobby, fuga do estresse do dia a dia e das tenazes da labuta.

 

Nos dias e horas de folga trocava o boticão pelo formão e dava vida a pedaços de madeira como aprendiz. Algum tempo depois passou também a esculpir em pedra sabão e confessa que sempre preferiu as pequenas peças. “Grandes esculturas requerem uma bancada apropriada e como não havia tanto espaço em minha casa optei pelas pequenas, que podem inclusive serem moldadas até com um canivete” disse Almeida.

 

O tempo passou e Almeida voltou para sua terra natal: Fernando Prestes. Por sorte tem dois endereços que pode vislumbrar a Serra do Itaimbé. Um do lado sul,

 

onde hoje reside com a esposa Tânia e outro do lado norte, propriedade de sua família Sitio São Judas do Itaimbé. Vistas inspiradoras.

 

Almeida tem guardados mais de 100 pequenas esculturas em madeira, principalmente aroeira, que ele confessa que apesar de dura é fácil de esculpir. “As ferramentas precisam estar afiadas” fala.  Muitas outras em pedra sabão e de quebra várias pinturas que vão desde telas em óleo, aquarelas e até delicados marcadores de páginas pintados com café.

 

O dentista escultor não possui uma temática exclusiva para suas obras, mas salienta que apesar de ilustrar humanos possui uma tendência abstrata e que, muitas vezes usa os sulcos da madeira para dar vida as esculturas.

 

Um ponto que Almeida destacou como sugestão para Fernando Prestes é a criação de um evento que propiciasse a apresentação e divulgação de artistas de município. “Podíamos criar uma semana dedicada às artes com exposição de obras de artistas e artesãos para alavancar o gosto pela cultura” concluiu Almeida.